O sagrado na poesia brasileira contemporânea - Profa. Dra. Enivalda Nunes Freitas e Souza

por Portal PPGELIT ILEEL
Publicado: 19/10/2020 - 12:52
Última modificación: 28/08/2023 - 14:14

O objetivo desse projeto é investigar uma das vertentes da poesia lírica voltada para a tradição lírica de resgate da religião, da subjetividade, dos mitos, da força elementar da natureza, e compreender o que ela representa para a poesia brasileira contemporânea. Essa reflexão abrange poetas que mantêm vínculos estreitos com o Sagrado, inclusive com o sagrado que se manifesta em sua força demoníaca, uma tendência forte na produção poética atual. Assim, procura-se investigar de onde falam e como falam as vozes de nossos poetas contemporâneos. Teriam se silenciado à natureza, fechado a seus símbolos, ignorando-a como signo do sagrado? As origens da poesia e do homem remontam ao sagrado. Esse fascínio do poeta e do homem pelo sagrado se deve a uma “nostalgia” do tempo mítico, uma vez que, no universo do sagrado, o tempo e o espaço são abolidos, as tensões se dissipam, bem e mal são indistintos. Esse aspecto do sagrado – o da incorporação do mal – o tremendum, é imprescindível para se trabalhar com a literatura que se opõe à hierofania do sublime fascinans, com a qual se identifica a essência da poesia lírica. Terei como aporte teórico à análise dessas obras as teorias de Rudolf Oo (O sagrado), Mircea Eliade (Tratado de história das religiões, O sagrado e o profano, Iniaon, rites, societés secretes e Mythes, rêves et mystères), Carl Gustav Jung (O espírito na arte e na ciência, Os arquétipos e o inconsciente coletivo, Presente e futuro, O homem e seus símbolos), Gilbert Durand (Literatura e antropologia do imaginário) Roberto Calasso (A literatura e os deuses), Jacques Derrida e Gianni Vamo (A religião), Octavio Paz (O arco e a lira, Conjunções e disjunções, Claude Lévi-Strauss ou o novo festim de Esopo e Sóror Juana Inés de la Cruz – As armadilhas da fé), Ernst Cassirer (Mito e linguagem e A filosofia das formas simbólicas), Ana Maria Lisboa de Mello (Poesia e imaginário), Giorgio Agamben (Profanações), Georges Bataille (A literatura e o mal), Alfredo Bosi (O ser e o tempo da poesia).

Temas para Orientação: Poesia; Mitos e literatura; Literatura e imaginário.