Configurações das infâncias na constituição das personagens crianças em obras de literatura infantojuvenil indígena brasileira
Publicado: 21/11/2024 - 08:48
Última modificação: 21/11/2024 - 08:48
RESUMO
Há mais de quinhentos anos, os povos indígenas têm se mostrado grandes guerreiros revelando inúmeras formas de resistir a ataques às suas próprias existências. Em tempos atuais, uma das formas de movimentação que evoca uma organização sistematizada é a ocupação de homens e mulheres indígenas nos espaços literários, como agentes nos processos de escrita. Esses escritores, hoje, com uma quantidade considerável de livros publicados, têm apresentado ao público leitor, inúmeras obras literárias as quais demarcam um território de pertencimento ao universo da linguagem literária e se tornam um fio condutor, cujos elementos revelam a cultura, a história, o imaginário indígenas, intrinsicamente, ligados entre a oralidade e a escrita. Ademais, essa literatura se configura como uma grande aliada na busca pela visibilidade dos povos indígenas e pela valorização de suas histórias. Entre essas várias produções, para esta Tese, optamos por evidenciar a Literatura Indígena voltada - mas não somente - para o público infantojuvenil. A Tese objetiva analisar a configuração das infâncias na constituição das personagens crianças em obras Literatura Infantojuvenil Indígena brasileira, visando compreender a relação da infância como um projeto estético-literário que proporciona uma experiência de escrita e de leitura articulada pelos enlaces complexos das figurações históricoculturais de uma sociedade não-hegemônica e que se configura como possível área de rastros e de reconstituições da memória dos povos indígenas. Desse modo, buscamos diálogos, sobretudo, com autores indígenas para discutir questões sobre Literatura Indígena, criança e infância indígena, bem como perscrutamos sobre a relação entre personagem criança e a literatura infantojuvenil. Para tanto, este estudo apresenta a análise da infância em duas obras de Eliane Potiguara e em duas obras de Yaguarê Yamã. Por fim, os resultados apontam infâncias múltiplas, constituídas pelas personagens crianças, as quais promovem conexões entre ideias de “ser criança” indígena, vinculadas a saberes e práticas, cujos tempos, espaços e relações sociais pretendem se desvincular da ideia homogênea e deturpada sobre o universo infantil indígena, construída pela ótica de subalternização do outro que se compôs na/pela literatura.
Palavras-chave: Literatura Infantojuvenil Indígena. Personagem. Criança. Infância.
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