Deslimites do ser: análise da poesia de Manoel de Barros sob a ótica do perspectivismo ameríndio
Publicado: 21/08/2025 - 09:05
Última modificação: 21/08/2025 - 09:05
RESUMO
Esta dissertação de mestrado, intitulada Deslimites do Ser: Análise da Poesia de Manoel de Barros sob a Ótica do Perspectivismo Ameríndio, investiga as relações entre a obra de Manoel de Barros e a perspectiva filosófica e antropológica do perspectivismo ameríndio, conforme proposto por Eduardo Viveiros de Castro. A pesquisa dedica-se a analisar a dissolução das fronteiras entre humano e não-humano na poesia de Barros, articulando uma ontologia poética que desafia o antropocentrismo e a primazia da razão ocidental. O estudo dialoga com cosmologias indígenas, especialmente com A Queda do Céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, obra que apresenta uma visão de mundo onde o conhecimento emerge da relação sensível com o mundo não-humano e da experiência xamânica. A figura do xamã, mediador entre diferentes existências e portador de múltiplos pontos de vista, oferece uma chave interpretativa para compreender a poética barreana. A análise incide sobre os poemas Ninguém, Árvore, Borboletas, Formigas e A Borra (Ensaios Fotográficos, 2000); Biografia do Orvalho e A Menina que apareceu grávida de um gavião (Retrato do Artista Quando Coisa, 1998); Palavras, De Urubu, Lides de campear e Apanhador de desperdícios (Poesia Completa, 2010); e Canção de Ver (Poemas Rupestres). A dissertação propõe que a linguagem de Barros promove uma dessubjetivação poética e uma horizontalização das relações com o mundo, revelando sua obra como um campo fértil para uma ecologia do sensível.
Palavras-chave: Manoel de Barros; perspectivismo ameríndio; xamanismo; devir; ecologia do sensível.
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