Contornos negros: representações, limites e fluxos das personagens femininas negras na obra “Mulher Mat(r)iz”, de Miriam Alves.
Publicado: 08/02/2021 - 19:45
Última modificação: 08/02/2021 - 20:08
O presente trabalho surgiu de uma inquietação quanto a desconstrução promovida pela tessitura alveana, em “Mulher Mat(r)iz” (2011), da histórica representação sobre as mulheres negras na literatura que, ainda na contemporaneidade, está fortemente entrelaçada a estereótipos, estigmas. Objetivamos adentrar e trilhar entremeio aos onze contos presentes nessa obra, analisando as personagens, os contextos, as experiências, de modo a compreendermos como a autora, ao passo que desconstrói as estereotipias e o preterimento, (re)cria a imagem desses sujeitos de forma positiva, dando-lhes protagonismo, retirando-lhes das sombras do silenciamento, refletindo, concomitantemente, sobre o racismo estrutural, sobre o patriarcado, sobre a deslegitimação intelectual, sobre as solidões e as violências condicionados e projetados sobre os corpos negros. Para isso, debruçamo-nos em teorias e críticas de intelectuais que nos apontaram possibilidades quanto aos caminhos a seguir, dentre eles, Fanon (1968, 1980, 2008), Müller, Cardoso (2018), Costa (2003), Gomes (2001), Hall (2010) teóricos que oportunizaram reflexões sobre as quais alicerçarmos nossa escrita sobre o racismo, sobre a branquitude, sobre exclusão e preterimento; Kilomba (2019), Gomes (2019), Santos (1983), Carneiro (2003, 2011) foram algumas das mulheres intelectuais que referenciamos ao longo das análises dos contos bem como Duarte (2008), Miranda (2019), Gomes (2019), Foucault (1996) conduziram-nos em meio a conceitos, proposições e tensionamentos necessários, de modo a alcançarmos uma escrita fecunda e sólida por meio de referências críticas, representativas. Os estudos referenciais e teóricos permitiram-nos não somente analisar e escrever sobre os contos presentes na obra “Mulher Mat(r)iz” (2011), objetivo principal do presente estudo, como também compreendermos e falarmos sobre a potencialidade da escrita alveana e o modo como a autora, ao passo que (re)cria a representatividade feminina negra, juntamente a reflexões sobre gênero, raça e classe, sobre o social, o afetivo, o político, entrelaça suas narrativas à militância, aos protagonismos negros, às ascensões e redenções das mulheres negras.
Palavras-chave: Miriam Alves, Contística alveana, Literatura negro-brasileira, Mulher Mat(r)iz, Representatividade
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