RESUMO

Esta tese promove um diálogo poético-filosófico da obra de Guimarães Rosa com os filósofos Vicente Ferreira da Silva, Novalis e Kierkegaard, sem desconsiderar o pensamento de Heidegger. É uma abordagem original que parte de uma correspondência do escritor mineiro com o filósofo paulista, na qual aponta as confluências de seu pensamento com os pensadores citados, nas esferas poética e religiosa. O diálogo se inicia com o avizinhamento das ideias de Rosa e Vicente na defesa do restabelecimento do contato da civilização com a linguagem poética anterior ao logos. Para essa compreensão, coloca-se em pauta os quatro diálogos do filósofo paulista: Diálogo do Mar, Diálogo da Montanha, Diálogo do Espanto e o Diálogo do Rio. De Novalis vem a matriz romântica da palavra como integradora do homem com a natureza, e sua obra Os discípulos em Saïs está, nesta pesquisa, em relação direta com a novela Cara-de-Bronze, de Guimarães Rosa. Para desenvolver a confluência das ideias de Guimarães Rosa com as do filósofo existencialista cristão Sören Kierkegaard, no que concerne ao estádio religioso da vida, aproximam-se a obra Temor e Tremor, do dinamarquês, e A estória do Homem do Pinguelo, do escritor mineiro.

Palavras-chave: Vicente Ferreira da Silva; Novalis; Kierkegaard; Cara-de-Bronze; A estória do Homem do Pinguelo