A Escrevivência de Bianca Santana como resistência ao racismo em "Quando me Descobri Negra"

Dissertação de Mestrado
por Portal PPGELIT ILEEL
Publicado: 05/02/2024 - 15:03
Última modificação: 05/02/2024 - 15:03

RESUMO

Esta dissertação discute a escrita de si da escritora Bianca Santana em seu livro Quando me descobri negra (2015) como uma forma de resistência ao racismo. O estudo compreende o processo de autodescoberta racial da escritora, relacionando-o a outras pesquisas que também abordam histórias de descoberta da negritude por parte de indivíduos negros. Nesse sentido, o objetivo geral é explorar e compreender as experiências dos sujeitos negros, englobando os traumas resultantes de suas vivências em um não-lugar silenciado, e como a obra literária resiste ao racismo. A partir das narrativas presentes na obra, analisa-se os ambientes nos quais o racismo é nutrido, tais como as circunstâncias do dia a dia na família, na escola e no ambiente de trabalho, visando traçar o percurso pelo qual Bianca Santana transita até adotar plenamente sua identidade negra. Assim, promove-se um diálogo no qual a percepção da identidade negra é formada por meio de um processo que está sujeito a evoluções e alterações. Dentro desse contexto de elaboração sociocultural da identidade da escritora, ela reconhece sua negritude e, ao mesmo tempo, compreende-se como um sujeito político destinado a confrontar a persistente presença do racismo em nossa sociedade, frequentemente, mascarado pela ideia de democracia racial. Uma maneira de combater o racismo é assumir o papel de protagonista de sua própria história, moldando a própria realidade por meio da escrevivência. Logo, o escopo teórico para embasamento, desta pesquisa, são os estudos de Conceição Evaristo (2005, 2009, 2020) acerca da experiência da escrevivência das mulheres negras que produzem textos enfrentando a interseção de opressões tanto de gênero quanto de raça. Com isso, demonstra-se que esses indivíduos desafiam as formas de discriminação ao construírem subjetividades próprias. Como resultado do estudo, sustenta-se que a escrevivência constrói sujeitos capazes de opor-se à lógica opressora e colonial racista. Isto é, a ação de escrever sobre si mesmo não apenas resulta em uma modificação das imposições de estruturas racistas, mas também promove a construção de uma narrativa de resistência histórica. Para isso, a base teórica deste trabalho também é fundamentada nas contribuições acadêmicas de Gonzalez (1982, 2018, 2020), Sousa (1983), Carneiro (2005), Nascimento (2015, 2022) e Santana (2020), em conjunto com os trabalhos de Fanon (2008), Kilomba (2009) e Mbembe (2014), dentre outros comprometidos com as questões raciais.

Palavras-chaves: Quando me descobri negra; Bianca Santana; Escrevivência; Mulheres negras; Racismo.

A banca de defesa ocorrerá por videoconferência. O link será encaminhado por e-mail à Comunicada Acadêmica. Caso alguém deseje o link, poderá solicitar por atendppgelit@ileel.ufu.br

Banca Examinadora: 
Fernanda Aquino Sylvestre - Universidade Federal de Uberlândia - UFU (Suplente)
Cristiane Navarrete Tolomei - Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Rubenil da Silva Oliveira - Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Regiane Corrêa de Oliveira Ramos - Universidade Estadual do Matro Grosso do Sul - UEMS (Suplente)
Data e Horário: 
29/02/2024 - 09:00
Av. João Náves de Ávila, 2121 Bloco G, Sala 250
Uberlândia, Minas Gerais, Brasil
38400-902
Campus Santa Mônica - Bloco Bloco 1G - Sala 250
Complemento: 
Bloco G, Sala 250
Referências: 
Centro de Convivência