Heinrich Heine e a eternidade do instante: entre melancolias, nostalgias e ironias no romantismo alemão

Tese de Doutorado
por maiza.pereira
Publicado: 24/03/2022 - 15:51
Última modificação: 24/03/2022 - 15:51

RESUMO

Esta tese buscou explorar especificamente a ocorrência dos sentimentos melancólicos e nostálgicos, bem como o mecanismo de defesa e o recurso linguístico da ironia, os quais contribuem para a eternidade do instante e para o valor das experiências subjetivas expostos nas obras do escritor alemão oitocentista, Heinrich Heine (1797-1856). Representante da Jovem Alemanha, ele é considerado um dos maiores poetas alemães, ao lado de Goethe e Schiller, além de ser considerado um escritor que antecipou a Modernidade. Foi o primeiro artista e intelectual judeu-alemão de ampla repercussão internacional. Heine via a si próprio como “o último rei lendário deposto” do Romantismo Alemão. Multifacetado e paradoxal viveu criticamente entre os valores, sem optar por nenhum deles totalmente. Para o desenvolvimento dos objetivos propostos desta pesquisa houve como corpus as obras: Viagem ao Harz (2013) e Noites florentinas (2017), que, respectivamente, pertencem às coletâneas de Quadros de Viagem e O Salão. A melancolia, enquanto um elemento constitutivo do Romantismo, afirma-se em Heine sob diversos aspectos, como, por exemplo: quanto à impossibilidade de resgate com uma unidade perdida, o desencontro entre os “eus” próprios a cada sujeito com o Cosmos, o estado de perpétuo vir-a-ser, a indagação, a procura, as lutas e os lutos. Também, muitas vezes, as imagens narrativas originadas pelas melancolias propiciam o encontro com o sublime e com a contemplação. As nostalgias foram evidenciadas, a partir dos vocabulários alemães, como: Sehnsucht, Heimat, Heimweh e Fernweh, que expressam os desejos e os sonhos oprimidos diante do inalcançável. Em Viagem ao Harz, há um andarilho buscando conhecer a si e ao mundo, por meio com a interação, com as pessoas e perante o refúgio e amparo propiciados pela natureza; já em Noites Florentinas, o narrador desenvolve a história enquanto uma alegoria sobre o amor. Em ambas as histórias foram analisados os sentimentos melancólicos, nostálgicos e irônicos. A ironia pode referir-se a uma forma de utopia, reflexões, indagações sobre o contexto históricosocial, percepções quanto a um mundo realmente desencantado e também capaz de fazer com que Heine assumisse um posicionamento negativo frente ao tempo e à sociedade, ao denunciar a inevitável degradação da organização social. As dualidades românticas heinianas multiplicam-se e desdobram-se, cujo reflexo é o fracasso para constituir uma unidade ou objetos plenos e ideais, que, por sua vez produzirão mais fragmentos e um eterno devir do sujeito.

PALAVRAS-CHAVE: Heinrich Heine; Romantismo Alemão; Melancolia; Nostalgia; Ironia.

A defesa será realizada por videoconferência pelo endereço: https://conferenciaweb.rnp.br/events/defesa-de-tese-de-doutorado-de-ana-...

Banca Examinadora: 
Carlos Augusto de Melo - ILEEL-UFU, Orientadora (Presidente)
Daniel Padilha Pacheco da Costa - ILEEL-UFU (suplente interno)
Data e Horário: 
28/03/2022 - 14:00
Av. João Naves de Ávila, 2121
Uberlândia, Minas Gerais, Brasil
38408-100
Campus Santa Mônica - Bloco G - Sala 250
Referências: 
Em frente ao Centro de Convivência do Campus Santa Mônica