Imagens do arquétipo na noite poética hilstiana
Publicado: 21/07/2023 - 11:03
Última modificação: 21/07/2023 - 11:13
RESUMO
Embora as luzes das cidades rompam as cercanias da retina impossibilitando ao homem viver mergulhado na mais significativa das noites, a evolução humana, o prometeico rapto do fogo e sua oferta à humanidade, a criação da lâmpada, o arsenal tecnológico, não foram capazes de mitigar do imaginário humano a criatividade e os temores do homem diante da noite. Algumas cosmogonias lhe atribuíram o papel de deusa primordial, tendo dela descendido potencias comumente caracterizadas como negativas como engano, morte, limitação, ao passo que à luz se associou tudo quanto fosse magnânimo, verdadeiro, evidente e inteligível. O conhecimento passou a ser luminoso enquanto a ignorância trevas. É, notadamente, no Romantismo, que autores como Novalis (1987) e Schlegel (1992) encontrarão na noite uma fecunda matéria à expressão da subjetividade, à mitigação temporal e à materialização da experiência mística, tropos estes presentes na poesia de Hilda Hilst. A poética hilstiana nos conduz por algumas das inúmeras imagens pertencentes ao que ousamos chamar de arquétipo noturno, tratando-o como uma característica inerente ao inconsciente transpessoal. A poética hilstiana, através da noite, busca atenuar o tempo, avizinhar-se da morte, metaforizar a existência divina. Em nossa trajetória, autores como Hesíodo (1995), Novalis (1987), San Juan de la Cruz (1960), Edith Stein (2014) nos auxiliam poeticamente. Quanto ao arcabouço teórico, se fundamentará em Bachelard (1989; 1990; 1998; 2001), Gontijo (2017), Durand (2001) e na psicologia das profundezas de Jung (1991; 1991a; 2000; 2002; 2011; 2021).
Palavras-chaves: Noite. Arquétipo. Hilda Hilst. Subjetividade. Poesia.
A DEFESA SERÁ REALIZADA POR VIDEOCONFERÊNCIA. O LINK SERÁ ENVIADO NO E-MAIL DOS DISCENTES E DOS DOCENTES DA PÓS-GRADUAÇÃO. PARA CONSULTAR O LINK, ENVIAR EMAIL PARA ATENDPPGELIT@ILEEL.UFU.BR