O riso irônico dos bobos da corte Guarin, de Antônio José da Silva, e Dom Bibas, de Alexandre Herculano, como desafio ao poder do Clero e da Monarquia
Publicado: 10/05/2023 - 09:41
Última modificação: 10/05/2023 - 09:50
RESUMO
Esta pesquisa de doutorado visa, como objetivo geral, ao estudo e à aproximação dos bufões Guarin, da peça O Prodígio de Amarante (2005), de Antônio José da Silva, o Judeu, e Dom Bibas, do romance O bobo (1997), de Alexandre Herculano, no que tange ao uso do humor como meio de desafio ao poder monárquico e clerical e de resistência à ordem vigente. Por intermédio de uma análise comparativa, é evidenciado o modo como o Guarin, o gracioso de Antônio José da Silva, direciona suas críticas à Igreja Católica – ao fanatismo religioso e às ações do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição – de forma irônica e sarcástica, e, paralelamente, Dom Bibas, o histrião de Herculano, desempenha papel fundamental no desfecho político que garantiu a independência de Portugal, utilizando-se da astúcia advinda de seu desejo dde vingança, após um castigo nele aplicado, por determinação do rei em decorrência de suas críticas. Busca-se compreender como esses bufões obtiveram uma dupla função nas obras referendadas: provocar o riso e, ao mesmo tempo, denunciar a tirania e as falhas de caráter de personalidades que se portavam como intocáveis, tais como os nobres, os monarcas, os cavaleiros e os clérigos, provocando reflexões sobre as estruturas sociais, opressoras, marcadas por divergências econômicas e políticas que impunham o medo, calando e controlando quaisquer tentativas de mudança. Para a fundamentação teórica deste estudo, são de grande importância as contribuições de: Mikhail Bakhtin (1987) relativas à carnavalização e à função cômica dos graciosos, Henri Bergson (1983) e George Minois (2003) sobre o riso, Linda Hutcheon (1985-2000) acerca da ironia. Além dessas, Carl Gustav Jung (2000, 2008) ilumina as pesquisas sobre a representação do arquétipo do bobo da corte, sobretudo a de Nichols Sallie (2007), também utilizada nesta tese. Quanto ao estudo biográfico de Antônio José da Silva, as referências estão centradas, principalmente, em Alberto Dines (1992, 2005), Alberto Dines e Victor Eleutério (2005), Kênia Maria de Almeida Pereira (1998, 2001) e Paulo Roberto Pereira (2007). Já o estudo biográfico de Alexandre Herculano tem como base Cândido Beirante (1977) e António Baião (1921).
Palavras-chave: Bobo da corte. Ironia. Poder. Igreja Católica. Monarquia. Resistência.
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