Retratos da degradação humana e da resistência em Se não agora, quando?, de Primo Levi
Publicado: 20/01/2023 - 16:57
Última modificação: 20/01/2023 - 17:43
RESUMO
Primo Levi é considerado a voz testemunhal do século XX, como sobrevivente dos Campos de Concentração nazistas, após Auschwitz. Esta Dissertação de Mestrado apresenta um estudo do seu romance Se não agora, quando? (1999), com foco na escrita literária do autor, que possui ecos dos seus relatos de cunho memorialístico e testemunhal. O objetivo geral é compreender o modo como a narrativa constrói retratos que denunciam a degradação humana em vários aspectos e evidenciam atos de resistência às opressões impostas pela política do governo de Adolf Hitler, no período de maior conflito bélico da história da humanidade (1939-1945). Os objetivos específicos são observar aspectos de despersonalização do sujeito e de dissolução social, ética, psicológica e biológica, entendidos como mecanismos propiciadores da degradação humana; evidenciar manifestações de resistência nos ambientes hostis que conduzem os personagens a situações-limites; analisar a escrita literária com traços da dor, em uma alternância de vozes narrativas, das quais emergem as marcas do trauma e sua ressignificação memorialística através da linguagem. Adotamos, como metodologia, a pesquisa teórico-analítico-interpretativa e, como suporte teórico principal, as teorias de Márcio Seligmann-Silva (2003a, 2003b, 2003c, 2003d) e Giorgio Agamben (2015) voltadas para o Holocausto e os testemunhos dos sobreviventes dos Campos de Concentração, Tzvetan Todorov (2017) acerca da degradação humana, Michel Foucault (1988, 2008a, 2008b) sobre biopolítica, corpos dóceis e poder/resistência, Bibiana Gutierrez Fernandes de Sá (2007) sobre corpos obedientes e bestializados.
Palavras-chave: Memória; Reação judaica; Testemunho; Degradação humana.
A defesa será realizada por videoconferência, no endereço: https://meet.google.com/wpy-opka-zve