A tradução para o português dos socioletos literários da trilogia Fundação, de Isaac Asimov
Publicado: 19/05/2021 - 22:10
Última modificação: 20/05/2021 - 16:15
RESUMO
Dentre todos os temas estudados nas obras de ficção científica em geral, um dos mais negligenciados pela crítica literária parece ter sido a tradução de suas variedades linguísticas, que constituem importantes elementos na composição da verossimilhança interna desses universos fictícios. Os chamados “socioletos literários” podem manifestar diversos atributos de um personagem como: educação, origem, classe, etnia, gênero, poder, cultura, instituição, valores sociais e atitudes. O foco principal deeste estudo centrou-se nas variedades linguísticas da trilogia futurística Fundação (Fundação, Fundação e Império e Segunda Fundação), de Isaac Asimov. A milhares de anos do presente atual, o psico-historiador Hari Seldon, com suas previsões sociológicas e matemáticas consegue antecipar a queda do Império Galáctico, e propõe uma solução: o estabelecimento de uma Fundação nos confins da galáxia a fim de compilar todo o conhecimento humano numa grande Enciclopédia Galáctica e, deste modo, tentar conter sua total ruína. A fim de compor personagens e civilizações mais verossímeis, Asimov fez uso literário de diferentes variedades linguísticas, segundo a noção de socioleto literário, proposta pela pesquisadora canadense Lane-Mercier. Dentre os socioletos literários mais notáveis, foram analisados os seguintes: os tecnoletos religiosos e técnico-científicos, o dialeto rural do personagem Narovi, a dubiedade idioletal do Mulo e dois eye dialects presentes nas falas dos personagens Lord Dorwin e Homir Munn. Nossa análise se debruçou sobre a mais recente tradução para o português da trilogia Fundação (2009 - Aleph) realizada por Fábio Fernandes e Marcelo Barbão.
PALAVRAS-CHAVE: Fundação, Isaac Asimov, ficção científica, tradução, socioletos literários