Este projeto retoma o cerne do meu trabalho de doutorado, desenvolvido entre os anos de 2002 e 2006 na Universidade Federal de Minas Gerais, que teve como objetivo apresentar uma discussão a respeito dos processos de construção de identidades em narrativas advindas do cinema e da literatura da Europa Centro-Oriental, que problematizavam as diferentes configurações da guerra, bem como sua articulação com as concepções de nação, história, memória e representação. Entre 2014 e 2019, também desenvolvi, no ILEEL/UFU, o projeto de pesquisa Narrativas e(m) Guerra: o tecido em emergência, que aprofundava a pesquisa anterior. A proposta agora é investigar a produção de escritores e cineastas, que tratam direta ou indiretamente da temática da Primeira Guerra Mundial, com vistas a cercar a noção de romance de guerra e cinema de guerra e seus desdobramentos no âmbito de uma teoria do romance e de uma teoria do cinema narrativo de ficção. Para tanto, tomarei como objeto de reflexão textos, advindos da produção ficcional dos escritores Louis-Ferdinand Céline (Viagem ao fim da noite, 1932), Ernst Jünger (Tempestades de aço, 1920), Siegfried Sassoon (Memórias de um oficial de infantaria, 1930), Emilio Lussu (Um ano sobre o altiplano, 1938), Erich Maria Remarque (Nada de novo no front, 1929), Ernst Hemingway (Adeus às armas, 1929) e Frederic Manning (Soldados rasos, 1929). No cinema, tomarei de início os cineastas Jean Renoir (A grande ilusão, 1937), Frank Borzage (Adeus às armas, 1932), King Vidor (O grande desfile, 1925), Raymond Bernard (Cruzes de madeira, 1933), Georg W. Pabst (Guerra, flagelo de Deus, 1918/1930), Lewis Milestone (Nada de novo no front, 1930) e William A. Wellman (Asas, 1927).

Temas para Orientação: Estudos da intermidialidade, Estudos comparados de literatura, Estudos das formas e processos narrativos.